O texto referido começa por abordar as precepções da mente e dos seus sentimentos,a mente nunca pode chegar a um nível de vivacidade que tornem as precepções totalmente inconfusivel a não ser que esta esteja desarranjada pela doença ou pela loucura. Uma distinção similar prevalece em todas as outras precepções da mente.
As precepções da mente podem ser divididas em 2 classes que se distinguem pelos seus diferentes graus de força e vivacidade.As menos intensas são designadas Pensamentos.O outro tipo chama-se Impressões,sendo esta palavra usada num sentido muito diverso do habitual.
Á primeira vista pode parecer mais livre do que o pensamento do homem , que não só se escapa a todo o poder e autoridade humana, mas nem sequer está encarcerado dentro dos limites da natureza e da realidade.
Dar forma a monstros e associar imagens e aparências não custa à imaginação maior esforço do que conceber os objectos mais naturais e familiares. E enquanto o corpo está confinado a um planeta, ao longo do qual se arrasta com dor e dificuldade, o pensamento pode, num instante, transportar-nos para as mais distantes regiões do universo ou mesmo para lá do universo.
Embora o nosso pensamento pareça possuir esta liberdade irrestrita, veremos, num exame mais pormenorizado, que se encontra realmente confinado a limites muito estreitos e que todo este poder criador da mente nada mais vem a ser do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos são fornecidos pelos sentidos e pela experiência.
Existe, contudo, um fenómeno contraditório que pode provar que não é absolutamente impossível surgirem ideias independentes das suas impressões correspondentes. Creio que sem grande esforço se admitirá que as várias e distintas ideias de cor, que entram pelos olhos, ou as de som, que são transportadas pelos ouvidos, são realmente diferentes umas das outras, embora, ao mesmo tempo, se assemelhem. Ora, se isto é verdade a respeito das diferentes cores, também o não deve ser menos acerca dos diferentes matizes da mesma cor; e cada matiz produz uma ideia distinta, independente do resto.
Podemos então concluir que todas as impressões, isto é, todas as sensações, quer externas ou internas, são fortes e vivas; os limites entre elas estão mais exactamente determinados, e nem é fácil cair em erro ou engano em relação a elas. Por consequência, quando alimentarmos alguma suspeita de que um termo filosófico é empregue sem um significado ou ideia (como acontece com demasiada frequência), precisamos apenas de perguntar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível assinalar alguma, isso servirá para confirmar a nossa suspeita.
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
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